segunda-feira, 22 de abril de 2013

Alma abandonada



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Tomada de amores a alma enferpada,
Num sentimento doentio colossal.
Esvai-se a plebe que outrora adornada
Que nos pudores do amor suscitou seu mal

Estada finda sua esperança aguerrida
Que fulgia no peito no brio da vaidade
Se a adaga no peito a fez ferida
resta a esta alma, essa triste verdade.

Exposta ao teu leito o ávido sentimento
Possuída das chagas de todo tormento
Não tenho tua cura a tanto esperada
Oh difusa alma que outrora esmerada.

Se amores ocultos selaste em teu seio
De tormentos cercaste seu nobre fulgor
Dos desejos que a tanto e tanto receio
Foi nele que enlaçaste teu cego amor.

Escusa do peito te deixo ao relento
A busca da cura da dor no seu leito
Se minha alma fosse alheia ao tormento
Ai sim, a deixaria sofrer no meu peito.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

       Entre mel e o fel


Não sei se o acaso em seu desbravo
cheio de indolência desbrava a alma
se seu pródigo gesto de desatino
enfada erudece ou acalma

tracei meus limites nos teus arrebóis
onde em sonhos d'antes já me fiz voraz
agora me atenho nos limites da alma,
quando enlaçar no amor já não sou capaz.

trago o nódulo do peito ferido
um amor impassivo, obstinado e cruel
me fez destemer seu véu no luar
pra depois me despir no paladar do seu fel

na alma enfadada no amor me desfaço
já não me entrego ao teu favo de fel
dos sentimentos cruéis que me ateve ao regaço
me resta a saudade do que um dia foi mel.
             O declínio da alma

Oh alma pungente que o declínio encarna
Erudece o semblante da aurora ao negrume
Sua saga fúnebre e hostil louvaste
Quando a decadência do amor assume

Impávida tua fuga se desdém no acaso
Torna fugaz o valor do orgulho teu
Se ponderasse viver de um amor tão raso
Plantaria meu amor nos terrenos seus

Mas o austero e implícito sentimento
Tomou sua razão de um amar sem defeito
Lançou tuas rosas e devaneios ao relento
Pra te dar os desejos de um amor imperfeito

Alma lúbrica que o esmero te enfeita
Morre no fulgor da mais triste pobreza
Derrama seus prantos num mar de estrelas
trazendo no ventre de adorno a tristeza.

No fulgir do esplendor de sua rutilãncia
Devasta seu seio num mar de frieza
O tato que ostentava a fina elegância
Esvaiu nas angustias de suas proezas.
                   jaz


na cadencia dos envoltos da alma
espreito a dor que causára a mim
sofrego, cambalido de amor e desejo,
recuso a honra do saudoso fim.

cativo no peito a esperança na aurora
no renascer do sol na alvorada
consigo traz a luz nestas trevas
a sanar a dor, da loucura, da jaz amada.

e quando no oculto da alma insana
brilhar a luz daquela atrevida
saberei que o amor regressou
pra estancar e curar minhas feridas

sexta-feira, 26 de junho de 2009

solidão


sou um homem do avesso
sem regras sem privações
sou menino sou travesso
sem os grilhões das paixões

se eu for, não me peça pra ficar 
nem por mais um momento 
se vou embora não deixo nada 
nem ao menos meu sentimento

sou assim, da vida de lugar algum
posso até mesmo ser um rastro
uma poeira que passou 
sem deixar nenhum lastro

sou um homem do avesso
sem sentimentos de dor
sou um homem do avesso
sem piedade do amor

quero ir pra qualquer lado
quando a vida me chamar
quero deitar no mar de areia
só pra ver a vida passar

sou aquilo que ninguém quer ter
aquilo que você não quer não
posso ate me parecer com o amor 
mas sou a solidão

sexta-feira, 29 de maio de 2009

  Morte da poesia

Quem fez esta poesia eu não sei 
quando cheguei ela estava aqui
embaralhada entre as palavras, coitada,
o que fiz foi tira-la dali.

a poesia chorava, ninguém sabe porque
desesperada queria morrer
aparentava uma alma tão nobre
pobre poesia não queria viver

talvez sofresse de um mal incontido
que se acha com freqüência entre poetas
a poesia que no embaraço sofrido
a afogar-se em palavras de escrita incorreta

abandonou sua rima enfim
seus despojos entregou em meu peito
o ultimo pedido da poesia a mim
era não morrer sem o devido respeito

terça-feira, 19 de maio de 2009

BELEZA VORAZ

Que beleza que inflama e me arrasta?

ao relento exposto meu sentimento

que amor é esse que chega e nao para

pra me amar por nehum momento

quem é que viu este intruso chegar 

trazendo em seu leito o desprezo

fez me enlaçar em teus escarnios 

pra destruir meu ventre meu peito

fez repousar insana e demente

a saudade cruel que inflama poetas

quem é esta beleza que com dor encanta

fingindo se amor sua dor infesta.

arraigada na alma o caos invade

os deleitos, devaneios e mais um tanto

que a beleza  voraz, a se perder se faz

deixando o amor a criar seu pranto.